“A multidão respondeu: Tens demônio; quem procura matar-te?” — (Jo
Não te prendas excessivamente aos juízos da multidão. O convencionalismo e o hábito possuem sobre ela forças vigorosas.
Se toleras ofensas com amor, chama-te covarde.
Se perdoas com desinteresse, considera-te tolo.
Se sofres com paciência, nega-te valor.
Se espalhas o bem com abnegação, acusa-te de louco.
Se adquires característicos do amor sublime e santificante, julga-te doente.
Se desestimas os gozos vulgares, classifica-te de anormal.
Se te mostras piedoso, assevera que te envelheceste e cansaste antes do tempo.
Se adotas a simplicidade por norma, ironiza-te às ocultas.
Se respeitas a ordem e a hierarquia, qualifica-te de bajulador.
Se reverencias a Lei, aponta-te como medroso.
Se és prudente e digno, chama-te fanático e perturbado.
No entanto, essa mesma multidão, pela voz de seus maiorais, ensina o amor aos semelhantes, o culto da legalidade e a religião do dever. Em seus círculos, porém, o excesso de palavras não permite, por enquanto, o reinado da compreensão.
É indispensável suportar-lhe a inconsciência para atendermos com proveito às nossas obrigações perante Deus.
Não te irrites, nem desanimes. O próprio Jesus foi alvo, sem razão de ser, dos sarcasmos da opinião pública.