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Capítulo XX

Compreensão sempre



Para superar aflições e constrangimentos em qualquer circunstância, é preciso, antes de tudo, compreender as pessoas e as situações difíceis que apareçam, capazes de inclinar-nos para a sombra da angústia.

Alcançar o entendimento, no entanto, demanda o exercício da fraternidade constante.


Quando a prova surja à frente, asserena-te e reflete.


Se os empreiteiros da perturbação estivessem conscientizados, quanto às responsabilidades que assumem, fugiriam de qualquer indução ao desequilíbrio.

Se os perseguidores de qualquer procedência conseguissem perceber as dívidas a que se enredam, renunciariam a isso ou àquilo, em favor daqueles aos quais pretendam impor sofrimento ou dominação.


Quando o agressor lança a palavra de injúria, se fosse previamente informado sobre as consequências de semelhante resolução, decerto se recolheria ao silêncio.

Quando o delinquente se dispõe a desferir o golpe destruidor sobre alguém, se pudesse prever quanto lhe doerão os resultados da ação infeliz, preferiria haver nascido sem os braços que lhe correspondem à periculosidade e ao furor.


Em qualquer momento de crise, pensa nos irmãos outros que te cercam — tão filhos de Deus quanto nós mesmos — e coopera na paz de todos.

Especialmente em auxílio daqueles que se façam instrumentos de inquietações e de lágrimas, ora sempre e ajusta, quanto possível, as ocorrências que os favoreçam para que não se lhes agrave o peso da culpa.


Diante de todos os episódios constrangedores, silencia, onde não possas auxiliar.

E, perante os problemas de julgamento, onde estejas, usa a compreensão antes de tudo, por presença da caridade, porque o entendimento te suscitará compaixão e compadecendo-te, acertarás.




(Anuário Espírita 1976)