Cartas do Evangelho

CAPÍTULO 17

CARTA AOS CIENTISTAS



Casimiro Cunha

Atualmente, no mundo, No estudo das forças vivas, Toda a ciência está cheia De fórmulas negativas.

É tamanha a extravagância E tão grande a confusão, Que os sábios já se esqueceram Do esforço do coração.

E enquanto as teses retumbam Na luz das academias, Os corações se enregelam Sentindo as noites sombrias.

A força pretensiosa Dos falsos sábios da Terra Colabora, hoje no mundo, Em toda a indústria da guerra.

Ai, porém, de todo aquele Que no correr da existência Abusa de dons sagrados Nas lutas da inteligência.

Meu irmão, toma cuidado, Busca novas claridades, O Cristo vê teus caminhos E as tuas atividades.

Por muito que realizes Junto ao teu laboratório, Se te voltas contra Deus Teu trabalho é sempre inglório.


Procura ver na oficina Que chamas de "natureza"

A providência Divina 1rradiando a beleza.

Reparaste? Tudo é luz Ao sol desse eterno dia. . .

Tens a ciência do mundo Mas não tens sabedoria.

Cada escola, em cada ano Modifica os teus conceitos.

Só Deus é o sábio dos sábios Em teus caminhos perfeitos.

Jamais te rias da fé.

No rigorismo da sorte, Ela há de ser teu socorro No instante amargo da morte.

Que em tudo vejas o campo De estudos e de esperanças;

Há uma verdade divina Que o Pai revela às crianças.

Essa verdade dos simples Pode aclarar-te também Se, longe da vaidade, Viveres na luz do Bem.

Amigo, examina sempre O esforço que te conduz.

Por tudo quanto fizeres Responderás a Jesus.