Cartas do Evangelho

CAPÍTULO 24

CARTA DE ANO BOM



Casimiro Cunha

Entre um ano que se vai E outro que se inicia, Há sempre nova esperança, Promessas de Novo Dia. . .

Considera, meu amigo, Nesse pequeno intervalo, Todo o tempo que perdeste Sem saber aproveitá-lo.

Se o ano que se passou Foi de amargura sombria, Nosso Pai Nunca está pobre Do pão de luz da alegria.

Pensa que o céu não esquece A mais ínfima criatura, E espera resignado O teu quinhão de ventura.

Considera, sobretudo Que precisas, doravante, Encher de luz todo o tempo Da bênção de cada instante.

Sê na oficina do mundo O mais perfeito aprendiz, Pois somente no trabalho Teu ano será feliz.

Não esperes recompensas Dos bens da vida terrestre, Mas, volve toda a esperança A paz do Divino Mestre.

Nas lutas, nunca te esqueça Deste conceito profundo: O reino da luz de Cristo Não reside neste mundo.

Não olhes faltas alheias, Não julgues o teu irmão, Vive apenas no trabalho De tua renovação.

Quem se esforça de verdade Sabe a prática do bem, Conhece os próprios deveres Sem censurar a ninguém.

Ano Novo!. . . Pede ao Céu Que te proteja o trabalho, Que te conceda na fé O mais sublime agasalho.

Ano Bom!. . . Deus te abençoe No esforço que te conduz Das sombras tristes da Terra Para as bênçãos de Jesus.