Cartas do Evangelho

CAPÍTULO 2

CARTA AOS CRENTES NOVOS



Casemiro Cunha

Amigo, chegas agora, Do mundo de sombra e dor, Para o banquete sublime De luz do Consolador.

Já sei que sentes o fogo Da crença e da devoção, Desejando desdobrar O esforço de salvação.

Vibra na paz de tua alma O desejo superior, De espalhar em longos jorros A fonte de teu amor.

Mas, ouve. Acalma a ansiedade, Porque no mundo infeliz, Cada qual tem sua chaga Em vias de cicatriz.

Nesse número de enfermos, Não te esqueças de contar Os próprios irmãos do sangue Que o céu te manda ajudar.

Todo esse fogo da fé Não desperdices a esmo, Busca aplicar seu calor Na perfeição de ti mesmo.

Tão grande é o penoso esforço Da última redenção, Que não basta uma só vida Pela própria conversão.

Acham muitos que a doutrina Para ensinar ou vencer, Precisa de certos homens Do galarins do poder.

Mas, eu suponho o contrário.

Em seu anseio de luz, O homem é que precisa Da doutrina de Jesus.

Em se tratando de crenças, Nunca venhas a olvidar Que o Sol nunca precisou Dos homens para brilhar.

Fala pouco. Pensa muito.

Sobretudo, faze o bem.

A palavra sem a ação Não esclarece a ninguém.

Não guardes muita ansiedade Se o Evangelho te conduz.

Lembra que dura há milênios A esperança de Jesus.