Casimiro Cunha
Pleno campo, céu de anil, Que o sol dourado ilumina, A primavera traz flores De fragrância peregrina.
Em tudo palpita o belo Na sublime transcendência, Das dádivas generosas Na Divina Providência.
Os bons, porém, desconhecem Se há mistérios da beleza E gastam no atrito longo As forças da Natureza.
Acende-se a luta enorme, Chifradas, golpes violentos, Ruído ensurdecedor, Pelos rotos, pés sangrentos.
Há flores espatifadas Nos caminhos da abundância, É cegueira, dor e morte Em males da ignorância.
Mas, um dia, o lavrador, Notando a exigência ativa, Vendo a zona perturbada, Traz a canga educativa.
Os brigões acham de novo A paz, a harmonia, o bem.
O sofrimento em conjunto É o campo que lhes convém.
Toleram-se mutuamente Sem rixas nem desatinos, E aprendem a trabalhar Sem desprezo aos dons divinos.
Muitas vezes também, no mundo, Parentesco e obrigação, São recursos necessários Às luzes da educação.
Amigo, se estás na canga De lutas indefinidas, Não fujas, atende a Deus, Cura os males de outras vidas.