Casimiro Cunha
Folhas secas. Terra ardente.
Calores. Desolação.
Mas a chuva vem do céu Trazendo consolação.
Toda semente que é boa, Entre júbilos germina, É a bela fecundação Da natureza divina.
As árvores ganham forças, Alimpa-se a atmosfera, A verdura em toda parte Tem cantos da primavera.
Às cidades, como aos campos, Aos ninhos, à sementeira, O pombo níveo da paz Traz o ramo da oliveira.
Sopra o vento brando e amigo, Em vagas cariciosas, Levando a mensagem doce Que nasce do odor das rosas.
A chuva que cai do alto É bênção que se derrama. . .
Na flor é orvalho celeste, No pó do chão faz a lama.
Assim, também, os ensinos, Que nos dão verdade e luz, São a chuva generosa Da inspiração de Jesus.
Cai sobre todos. No amor É raio de perfeição, Mas no pó da ignorância É falsa compreensão.
Deus, porém, que é Pai Bondoso Entre as leis universais, Faz com que a lama produza Sementes, flores, trigais.
Eis a razão pela qual Nossa indigência produz: Inda mesmo em nossas sombras, O evangelho é sempre luz.