Cartilha Da Natureza. A Criação

CAPÍTULO 26

A LÃ



Casimiro Cunha

Em todas as latitudes Da terra que aperfeiçoa, É sempre meiga e benvinda A lã carinhosa e boa.

Conserva a saúde e a vida, Nos invernos, nos trabalhos, É mãe delicada e nobre Dos mais puros agasalhos.

Faz frio? Desceu a noite Em borrascas escarninhas?

A lã protetora e santa Vai vestir as criancinhas.

Há velhice amargurada Movendo-se quase morta?

A divina benfeitora Vem de leve e reconforta.

Enfermos entristecidos Atados a grandes dores?

Recolhe-os bondosamente Em ninhos de cobertores.

Presta aos homens neste mundo Auxílio amoroso e forte, Desde o berço da chegada, Ao leito de dor na morte.

Heroína afetuosa De serviço e de bondade, Preserva no mundo inteiro O corpo da Humanidade.

Quem a veste, conservando-a, Encontra incessantemente A couraça que resiste Ao frio mais inclemente.

Lembremos, vendo-a servir Sem recompensa e sem palmas, O Cordeiro que dá lã Necessária a nossas almas.

Não te doa nos caminhos O inverno de angústia e pranto: Vistamos os sentimentos Em lã do Cordeiro Santo.