Casimiro Cunha
Nos quadros vivos da Terra, Desde a sua formação, A árvore generosa É imagem da Criação.
É a vida em Deus que nos ama, Que nos protege e nos cria, Que fez a bênção da noite, E a bênção da luz do dia.
Seus ramos são como a infância, As flores, a adolescência, Seu fruto, a velhice amiga Repleta de experiência.
Seu trono transforma sempre Toda a lama da raiz, No pomo caricioso, Alegre, doce e feliz.
As sementes que renascem, Com método e perfeição, São nossas almas na lei De vida e reencarnação.
Silenciosa na estrada, Seu exemplo nos ensina A refletir sobre a Terra Na Providência Divina.
Se a poda foi rude e forte Ao rigor do braço humano, Sua resposta mais bela É mais frutos no outro ano.
Se tomba desamparada Ao pulso do lenhador, Faz-lhe a casa, dá-lhe a mesa, Aquece-o com mais amor.
Dá sombra a todos que passam, Sem jamais saber a quem, Colocada no caminho, Seu programa é sempre o bem.
É santa irmã de Jesus Essa árvore estremecida: Se vive, palpita em Deus, Se morre, transmite a vida.