Casemiro de Abreu Enquanto a cerca trabalha, Organizando a divida, A porteira se encarrega Da tolerância precisa.
O caminho generoso, Defendido em cada lado, Não pode ser confundido, Nem deve ser perturbado.
Quem organiza, porém, O esforço de vigilância, Pode, às vezes, ser levado A gestos de intolerância A rigidez na fronteira, Tendendo para o egoísmo, Encontra a porteira sábia, Que opera contra o extremismo.
Nas praças como nos campos, Ela ensina, com carinho, Que a propósitos sagrados, Não se nega o bom caminho.
A cerca defende a ordem Dominando o que é contrário, Mas a porteira bondosa Atende ao que é necessário.
Há pessoa aflita e triste Que precise providência?
Ei-la pronta a qualquer hora, E atende com diligência.
Animais ao abandono?
Necessidades de alguém?
Expõe com simplicidade A sua missão no bem.
E com calma superior, Humilde e silenciosa, Completa o serviço amigo Da cerca criteriosa.
Vivem no mundo almas nobres, Torturadas de aflição, Porque lhes faltam porteiras Nos campos do coração.