Casimiro Cunha
Quem saiba ver nos caminhos A luz, a beleza, a graça, Não foge à contemplação Do símbolo da vidraça.
Existe em tamanhos vários Mostrando serviços e arte, Satisfazendo ao conforto Quase sempre, em toda parte.
Prestativa, atenciosa, O homem não lhe traduz A função maravilhosa De abrir novo campo à luz.
Espelho caricioso De muita delicadeza, Seu esforço no trabalho Tem enorme sutileza.
E que em todos os lugares, Frente ao mesmo sol de amor, Dá caminho à claridade, Mas, conforme a própria cor.
Se vermelha, o apartamento Guarda-lhe em tudo o matiz, Parecendo cada coisa Engrinaldada a rubis.
Se verde, a casa parece De verdura peregrina;
Se azulada, é a cor do céu Que se dilata e domina.
Na expressão do colorido, Tem seu símbolo de escol, Pois se o vidro é multicor, Todo o sol é o mesmo sol.
Quem não percebe aí dentro, Sem grandes indagações, O Divino Amor de Deus E as várias religiões?!. . .
Deus é sempre o mesmo Pai Que ilumina, cria e sente: Mas o homem o recebe De acordo com a própria mente.