Casemiro de Abreu Causa pena olhar o campo Quando pobre de verdura, Sofre a terra a intromissão Do cupim que a desfigura.
Debalde a vegetação Se estende em ramaria, O solo não apresenta A mesma fisionomia.
O cupim obstinado Multiplica-se em rebentos, Parece que o chão se cobre De tumores pustulentos.
Em vão, a chuva convida Às forças de produção, Debalde o Sol traz a luz De paz e renovação.
Não faltam bênçãos do Céu Que atendam aos dons da vida, Mas a terra permanece Desolada e ressequida.
O cupim vai provocando Estrago, calamidade, E o campo mostra ruínas, Miséria, esterilidade.
Às vezes são necessários Muito esforço, muitas dores, Por expulsar a família Dos insetos invasores.
Sem trabalhos decididos Por parte da agricultura, O cupim transforma a terra Numa extensa sepultura.
Lembremos, vendo esse quadro Da esfera dos lavradores, As almas avassaladas De ideias inferiores.
Sê forte em qualquer trabalho, Cada luta é uma lição.
Tristezas e desalentos São cupins no coração.