Casimiro Cunha
No serro desamparado Que chama ao suor e à luta, O diamante luminoso Descansa na pedra bruta.
Por conquistá-lo é preciso Vencer enorme aspereza, Eliminando os percalços Que surgem da Natureza.
Sobretudo, é imprescindível Estudar todo o cascalho, Sem desprezar-lhe a dureza No espírito do trabalho.
Longo esforço, longa espera, Serviço e compreensão, Tudo isso é indispensável Ao bem da lapidação.
Ao preço de luta ingente, A pedra sonha e rebrilha.
É a divina descoberta Da gota de maravilha.
Pouca gente lembrará Que a joia de perfeição Constitui a experiência Dos átomos de carvão.
A princípio, não passava De míseros fragmentos De carbono desprezível Na força dos elementos.
Nas grandes transformações, Viveu obscura e ao léu, Mas, agora, é flor de luz, Refletindo a luz do céu.
Quem não vê na joia rara, Sublimada e soberana, A história maravilhosa Dos caminhos da alma humana?
Nos serros da Humanidade Que a ignorância domina, Cada ser guarda o diamante Da Consciência Divina.