Casimiro Cunha
Na época dadivosa Da colheita cor-de-ouro, É tempo de conduzir Cereais ao malhadouro Espigas maravilhosas Vêm às mãos do tarefeiro, Aglomerando-se em busca Da secagem no terreiro Antigamente eram flores Mostrando verdura e viço;
Agora, a compensação Que se reserva ao serviço.
Mas por ser o resultado, A garantia, o futuro, O grão rico e generoso Precisa ser nobre e puro.
O lavrador cuidadoso Organiza providências, É necessário excluir As últimas excrescências.
Inicia-se a limpeza, Servidores a malhar, No espaço o longo assobio De varas cortando o ar.
São precisos golpes rudes, Bordoadas no bom grão, Por conferir-lhe a grandeza De servir, além chão.
Depois disso, alcança a glória De amparar o lavrador, A alegria de prover Em nome do criador.
Se ao longo de tua vida Sentes choques mangual, É que estás em madureza No campo espiritual.
Não fujas ao malhadouro, Guarda paz e vigilância: Que a luta nos roube agora Os restos da ignorância.