Cartilha Da Natureza. A Criação

CAPÍTULO 8

A CACHOEIRA



Casemiro de Abreu Quando passes meditando No cimo da ribanceira, Repara na majestade Que esplende na cachoeira.

É bom pensar na grandeza Que a sua potencia encerra;

Na entrosagem dos elementos Das forças de toda a Terra.

No lugar mais solitário, É cântico de alegria, Derramando em derredor A abundancia de energia.

Para dar-se em benefícios, A sua maior ciência Não quer admiração, Pede esforço e inteligência.

Mesmo longe das cidades, Depois de compreendida, A cachoeira renova A expressão dos bens da vida.

Retamente aproveitada, É fonte de evolução, Movendo milhões de braços Nas lutas do ganha-pão.

É mãe generosa e augusta das fábricas de trabalho, Que distribui, no caminho, A luz, o pão, o agasalho.

E aprendemos na lição, Quando a vemos, face a face, Que a água buscou um abismo Por onde se despenhasse.

Nesse símbolo profundo, De grandeza e dinamismo, Vemos nós o amor de Deus E a extensão do nosso abismo.

Nós somos o sorvedouro De misérias e discórdia;

Deus é a eterna cachoeira De luz e misericórdia.