Casemiro Cunha
O milharal nos parece, Do caminho que o sol doura, Uma esperança de Deus Sobre as bênçãos da lavoura.
Além disso, representa Uma elevada oficina, Da nobre lei do trabalho Que o Pai de Amor nos ensina.
Deus dá tudo: a terra, o ar, As chuvas e os instrumentos 1ndicando o tempo próprio Com a força dos elementos.
Manda o homem, que é seu filho, Cuidar da terra que é sua E esse filho convocado Guia o traço da charrua.
Germina a semente amiga, Mas até que dê seus frutos, Exige muitos cuidados, Constantes e absolutos.
Em seguida, o céu concede A espiga amada e perfeita, Pedindo as dedicações Nas tarefas da colheita.
Vem logo a descascadura, Depois o debulhador, E o moinho em movimento Nas lides do lavrador.
Somente agora o celeiro Guarda as forças do bom grão, A esperança carinhosa Da véspera de seu pão.
E’ um ensino generoso Que a leira de milho encerra, Um quadro de exemplo amigo, Das lutas de toda a Terra.
Deus palpita em toda a parte, Nada faz ou cria a esmo, Mas pede em tudo a seu filho A elevação de si mesmo.