Casimiro Cunha
Se a chuva pode tardar, Há sempre a bênção do orvalho, Sustentando a Natureza No campo do seu trabalho.
Ao termo de cada noite, Nas auroras coloridas, Podemos felicitá-lo Nas ervas agradecidas.
A planta nunca descrê;
Espera, trabalha e dá.
Na luta jamais se esquece Que o Pai não a esquecerá.
Se o ano é de chuva escassa Para o bem das produções, Muitas vezes basta o orvalho Na força das estações.
Ao seu beijo a terra espera, A folha volta ao verdor, A flor ostenta-se em festa, O dia é renovador.
Nas forças da Natureza, O orvalho é como o sorriso Que desce diariamente Das bênçãos do paraíso.
Seu hálito carinhoso Ameniza a atmosfera;
No verão mais sufocante É filho da primavera.
É sempre um fraterno amigo, Um símbolo de defesa, Do bem entre as forças várias Que oprimem a Natureza.
A nós outros, ele ensina, No efeito de sua ação, Quanto pode conseguir A boa disposição.