Casimiro Cunha
Em casa, chega o momento Destinado à refeição. . .
Raro aquele que recorda A história de luz do pão Quase sempre, vem de longe, Das zonas do campo em flor Oferecer-se à criatura Em nome do Pai de Amor.
Foi semente sepultada Na terra ferida e escura, Ressuscitando em seguida Nas belezas da verdura.
Suportou lutas amargas, Noites ásperas, sombrias, Recebendo chuva e sol, Tempestades, ventanias.
Adornou-se em primavera, Risonha, sublime, eleita, E entregou-se alegremente Ao segador na colheita.
Padeceu processos vários 5iveu peregrinações, Desde a ceifa rude e longa, Ao prato das refeições.
Conforme reconhecemos, Esse pão, quase sem nome, É dádiva do Criador, Que vem mitigar a fome.
Mensageiro humilde e santo De carinho e de bondade, É o laço entre a Providência E a nossa necessidade O amor e a abnegação Resumem-lhe a bela história;
O espírito de serviço É a vida de sua glória.
Coração que sofre amando Na fé sublime e sem jaça, Vai ser pão na Mesa Augusta Dos Bens da Divina Graça.