Cartilha Da Natureza. A Criação

CAPÍTULO 86

O PÃO



Casimiro Cunha

Em casa, chega o momento Destinado à refeição. . .

Raro aquele que recorda A história de luz do pão Quase sempre, vem de longe, Das zonas do campo em flor Oferecer-se à criatura Em nome do Pai de Amor.

Foi semente sepultada Na terra ferida e escura, Ressuscitando em seguida Nas belezas da verdura.

Suportou lutas amargas, Noites ásperas, sombrias, Recebendo chuva e sol, Tempestades, ventanias.

Adornou-se em primavera, Risonha, sublime, eleita, E entregou-se alegremente Ao segador na colheita.

Padeceu processos vários 5iveu peregrinações, Desde a ceifa rude e longa, Ao prato das refeições.

Conforme reconhecemos, Esse pão, quase sem nome, É dádiva do Criador, Que vem mitigar a fome.

Mensageiro humilde e santo De carinho e de bondade, É o laço entre a Providência E a nossa necessidade O amor e a abnegação Resumem-lhe a bela história;

O espírito de serviço É a vida de sua glória.

Coração que sofre amando Na fé sublime e sem jaça, Vai ser pão na Mesa Augusta Dos Bens da Divina Graça.