Casimiro Cunha
Quem procura no silêncio A inspiração e a beleza, Penetra o templo invisível Das forças da Natureza.
Jamais sentiste o cansaço No excesso de burburinho?
O silêncio é o companheiro Que conhece o bom caminho.
Em seu campo generoso, Há tréguas ao pensamento, Recebe-se luz sublime De verdade e entendimento.
O homem que se mergulha Nas vozes do turbilhão, Condena-se, muita vez, Aos cárceres da aflição.
É preciso, quase sempre, Procurar na soledade A solução dos problemas À luz da serenidade.
Se possivel, vai ao plano Das árvores carinhosas, Onde as coisas falam sempre Em notas harmoniosas.
Mas se não podes fugir Às zonas de inquietação, Procura o silêncio amigo Na paz da meditação.
Todos temos em nós mesmos Os vales da experiência E as montanhas solitárias Nos cimos da consciência.
Não te dês todo aos rumores Das lutas de cada hora;
Que a palavra seja em tudo Tua serva e não senhora.
Quando achares no silêncio Os segredos da energia, Terás penetrado a esfera De paz e sabedoria.