Casimiro Cunha
Um tronco frondoso e verde Erguia-se além da fonte.
Perto, o solo pobre e seco, Longe, as luzes do horizonte.
—Dá-me a sombra de teu galho, O duro chão me consome, Dá-me teu brando agasalho!. . .
—Vem a mim! Serei feliz!. . .
Serás a seiva da seiva Que me alimenta a raiz.
Desde então, o tronco e a fonte Uniram-se a plena luz Da grandeza que dimana Da bondade de Jesus.
O tronco reconheceu, Vibrando de terno amor, Que a fonte era a mãe bondosa De sua seiva interior.
E a fonte viu nele o pai De sua imensa alegria, Repousando em sua paz Nas lutas de cada dia.
Desde então, cantaram hinos De hosanas ao criador, Entre frutos dadivosos Na estrada cheirando à flor.
À raiz, a água da vida Levava consolação;
E o tronco elevou-se ao Céu Com a fonte no coração.
Houve sol e sombra amiga, Flor e frutos na ramagem;
Cantigas de passarinho, Harmonizando a paisagem.
Duas almas que se irmanam Na luz dos afetos seus, São esse tronco e essa fonte Guardados no amor de Deus.