Construção do Amor

Capítulo XII

Caridade e merecimento



Em verdade, a maior expressão de amor que nos envolve na 5ida é aquela da proteção de Nosso Pai Celestial que tudo dispõe para a nossa felicidade.

O sol que nos visita farto de luz, a chuva que nos prepara a colheita de pão, a terra que nos asila e esclarece, a fonte que nos dessedenta, a árvore que nos auxilia e a semente que nos provê o celeiro, com todos os recursos da natureza, expressam o devotamento da Providência Divina, em nosso favor.

Dir-se-ia que Deus estabelece com os homens, seus filhos conscientes, um contrato, em bases de carinho paternal, com que lhes cede todas as possibilidades de enriquecimento com uma simples condição — a do trabalho com boa vontade e perseverança.

É por isso que, em renascendo na Terra, o espírito recebe com o instrumento do corpo físico a caridade maior do Senhor, porquanto vê-se novamente investido de bênçãos para adquirir o tesouro do seu próprio engrandecimento.

Eis porque, caridade, na vida de relação, não se aparta da lei do merecimento.

Dai e dar-se-vos-á ensinou o Divino Mestre. (Lc 6:38)

Ninguém receberá suprimento de graças, sem constituir-se distribuidor diligente delas.

Sem alicerces, a casa não se levanta.

Sem esforço, a lavoura não produz.

Assim também, no campo da habilitação espiritual do homem para a vida eterna, somente se eleva quem se devota à ascensão e somente alcança a luz divina quem lhe prepara adequado combustível na candeia da própria alma.

Sejamos caridosos para que a caridade nos auxilie.

Saibamos dar para receber com abundância.

A fonte da vida fornece as dádivas, que lhe fluem da corrente sublime, segundo a medida que levamos aos seus preciosos mananciais.

Aproximemo-nos do bem com o largo cântaro da boa vontade e do serviço, e a vida nos enriquecerá de sua paz invariável e de imorredoura alegria.