Construção do Amor

Capítulo XIII

Ante o segundo século



O primeiro século do Cristianismo conheceu suplícios inolvidáveis quais foram:

a crueldade de Tibério…

a demência de Calígula…

a insânia de Nero…

a perseguição indiscriminada…

a matança nos circos…

a ferocidade de algozes enrijecidos e insensatos…

a condenação sem processo…

a escravidão absoluta…

a humilhação sistemática…

a injúria e o martírio…


Ainda assim, milhões de criaturas encontraram o justo caminho da consagração pessoal ao Senhor, suportando heroicamente a flagelação e o insulto, o menosprezo e a morte, para formarem, com o próprio exemplo, as bases do mundo em que a evolução do direito e da ordem, do progresso e da solidariedade preside a civilização do Ocidente, que, apesar do estigma da devassidão e da guerra, ainda é a esperança para a vitória da luz.


O primeiro século do Espiritismo que restaura os valores da Boa Nova é bafejado por excelsas conquistas quais sejam:

os louros da independência religiosa…

a justiça das nações mais cultas do globo…

o aprimoramento industrial…

a crescente extensão da fraternidade…

o banimento do cativeiro…

o respeito às liberdades públicas e privadas…

a inviolabilidade do lar…

a dignificação do trabalho…

o avanço luminoso da inteligência, que tateia a estratosfera e desce às profundezas do mundo atômico…


É por esse motivo que nós, os espíritas de agora, cristãos igualmente redivivos, com mais amplos fatores de segurança, somos convocados à redenção da Terra, competindo-nos, porém, para isso, não mais o ânimo firme no contato com feras e cruzes, escárnio e fogueira, mas, sim a coragem varonil de vencermos a treva cristalizada conosco, em forma de indiferença e ociosidade, orgulho e rebeldia, instalando, através do serviço e da educação, o entendimento e o amor em nós mesmos, a fim de que o reinado do Cristo fulgure entre nós para sempre.