Apreciando o problema daqueles que guardam no mundo as diretivas da experiência, não te fixes nos companheiros que trazem consigo a cruz do ouro e do poder. (Lc
Recordemos a esquecida autoridade que o conhecimento superior determina seja exercida por nós em nós mesmos.
Quase sempre ensinamos a arte do pensamento nobre, receitando exercícios e regras aos amigos que nos perlustram a senda, guardando o próprio cérebro à feição de barco desgovernado, em cujas brechas ocultas penetram as sugestões da ignorância e da sombra.
Indicamos aos outros recursos providenciais para que se mantenham indenes de todo mal, através da pureza dos olhos e dos ouvidos, empenhando as próprias percepções à triste aventura da leviandade e do desacerto que acaba sempre na crítica indébita ou na azedia destruidora.
Estruturamos planos para a boa palavra naqueles que nos cercam, sem refrearmos o próprio verbo no galope insensato da crueldade, indicamos fé e esperança para o ânimo alheio, a perder-nos no charco da negação e do derrotismo, exaltamos para ouvintes confiantes a excelência das horas, no capítulo do trabalho e da realização, mergulhando as mãos no visco da inércia e pregamos a excelsitude da caridade para os amigos que nos rodeiam, a desfazer-nos em egoísmo e exigência.
Autoridade!… Autoridade!…
Dela abusaram todos os tiranos que fizeram da própria soberbia escuro resvaladouro para as trevas da criminalidade e da morte e dela, ainda hoje, nos valemos todos para acobertar as próprias fraquezas, sobrecarregando os ombros do próximo com fardos que somos incapazes de suportar.
Lembremo-nos, porém, de Jesus, no sublime governo da própria alma, passando entre os homens com a suprema revelação da Divina Luz, e entesouraremos suficiente humildade para entregar a Deus todos os patrimônios que nos enriquecem a vida, aprendendo a disciplinar-nos para refletir-lhe a grandeza na condição abençoada de filhos do Seu Amor.