Não olvides que a obra do entendimento, no edifício da tranquilidade comum, é assim qual alicerce nos fundamentos do instituto doméstico, a erguer-se, acolhedor.
Efetivamente, não dispões de arcas repletas com que atender à exigência de todos os famintos da estrada, mas podes suportar com carinho o parente menos feliz que se socorre habitualmente de tua casa.
Em verdade, não conseguirás remédio bastante para todos os doentes da região em que te situas, entretanto, não te faltam possibilidades de tolerar o vizinho enfermo que, muitas vezes, te incomoda entre a obsessão e a necessidade.
Indiscutivelmente não deténs recurso para convencer aos amigos, enrijecidos na indiferença, quanto à realidade da justiça divina e da sobrevivência da alma, no entanto, podes com o teu exemplo silencioso de bondade e renúncia, em favor deles, insuflar-lhes pensamentos de solidariedade e compreensão, preparando-lhes a futura sementeira de fé.
Decerto, não contas com facilidades e privilégios para remover os obstáculos à ordem pública, nem guardas contigo o poder de evitar as calamidades do quadro social em que o Senhor te conserva a existência, no entanto, podes auxiliar a teu filho ou a teu pai, a teu irmão ou a teu companheiro com a palavra generosa, com o sorriso amistoso, com a atitude compreensiva ou com a prece oculta na extinção de males iniciantes e imprevisíveis, porquanto não ignoramos que o incêndio, quase sempre, começa na fagulha imperceptível.
Cultiva o entendimento, mobilizando a ti mesmo nessa jornada de amor, e acenderás entre os homens aquela caridade que é senda de luz para a Vida Maior.
Usa o dinheiro a teu serviço, na beneficência que te enriqueces o caminho, e movimenta o teu verbo inflamado de cultura, no esclarecimento das almas, todavia, não te esqueças de que somente compreendendo aos outros para melhor servi-los, segundo os padrões do Cristo, nosso Mestre e Senhor, é que estaremos, realmente, no clima nutriente daqueles que se consagram à construção da Humanidade Melhor.