O avarento dos bens materiais é credor de reprovação, mas o avarento do amor é digno de lástima.
O primeiro se esconde num poço dourado, o segundo mergulha-se nas sombras do coração.
O sovina da fortuna amoedada retém pedras, metais e papéis de valor convencional, que a vida substitui na provisão de recursos à comunidade, mas o sovina da alma retém a fonte da felicidade e da paz, da esperança e do bom ânimo que constitui alimento indispensável à própria vida.
O primeiro teme gastar bagatelas e arroja-se à enfermidade e à fome.
O segundo teme difundir os conhecimentos superiores de que se enriquece e suscita a incompreensão, ao redor dos próprios passos.
O sovina da riqueza física encarcera-se no egoísmo.
O sovina das bênçãos da alma gera a estagnação onde se encontra, envolvendo-se ele mesmo em nevoeiro perturbador.
Ainda que não possuas dinheiro com que atender às necessidades do próximo, não olvides o tesouro de dons espirituais que o Senhor te situou no cerne da própria alma. Auxilia sempre.
Mais se faz útil quem mais se dedica aos semelhantes amparando-lhes a vida.
As casas bancárias e as bolsas repletas podem guardar a fria correção dos números sem consciência, mas o coração daquele que ama é sol a benefício das criaturas, convertendo a dificuldade e a dor, a desventura e a escassez em recursos prodigiosos, destinados à humana sustentação.