Para saber pedir com segurança, é imprescindível saber dar.
O homem não é somente o filho de Deus no mundo, é também o cooperador de Sua obra terrestre.
É por isso que, em toda parte, vemo-lo em regime de sociedade com a Providência Divina, no qual o Senhor, na condição de proprietário da vida e o Espírito humano na posição de usufrutuário dela, se reúnem na concessão e no concurso, na administração e na execução, oferecendo ao trabalho quotas expressivas de recurso e de esforço, de suprimento e proveito.
O Todo Misericordioso concede ao lavrador a gleba indicada à produção do alimento, mas se o homem do campo, pretende a colheita justa retribuir-lhe-á com o próprio suor; cede ao arquiteto o material de construção, mas a casa não se levanta sem braços que a sustentem; confere ao homem e à mulher a alegria do templo familiar, enriquecendo-os de esperança e de amor, entretanto, se os detentores de semelhante ventura esperam no lar a edificação da felicidade, cabe-lhes empenhar o próprio coração ao apoio recíproco, de modo a garantirem a bênção conquistada.
Não bastará converter a confiança em rogativas ao Céu, para que o Céu nos responda com simpatia e favor.
É necessário consultar a nossa própria atitude junto aos valores em mão, a fim de que não estejamos reformando debalde os empréstimos contraídos.
Muitos esperam que o fracasso lhes reacenda a vigilância, no entanto, se cada um de nós permanece firme no trato de responsabilidades que a vida nos delegou, consoante as nossas próprias necessidades, sem deserções e sem dúvidas, nossa própria tarefa será uma oração contínua ao Céu, na permanente comunhão entre a nossa vida fragmentária e a Vida Total, transformando todas as nossas preces de exaltação ou de súplica em cânticos silenciosos e vivos de reconhecimento e louvor.