Não é somente o Rico da Parábola (Lc
A fortuna amoedada é, por vezes, simples cárcere.
Há outros avarentos que devemos recordar em nossa viagem para a Luz Maior.
Temos, conosco, os sovinas da inteligência, que se ocultam nas floridas trincheiras da inércia;
os abastados da saúde que desamparam os aflitos e os doentes;
os privilegiados da alegria que cerram a porta aos tristes, isolando-se no oásis de prazer;
os felizes da fé que procuram a solidão, a pretexto de se preservarem contra o pecado;
os expoentes da mocidade que menosprezam a velhice;
os favorecidos da família terrestre, que olvidam os andarilhos da penúria que vagueiam sem lar.
Todos esses ricos da experiência comum contraem pesados débitos para com a Humanidade.
Lembremo-nos de que o Tesouro Real da Vida está em nosso coração.
Quem não pode doar algo de si mesmo, na boa vontade, no sorriso fraterno ou na palavra sincera de bondade e encorajamento, debalde estenderá as mãos recheadas de ouro, porque só o amor abre as portas da plenitude espiritual e semeia na Terra a luz da verdadeira caridade, que extingue o mal e dissipa as trevas.
A pobreza é mera ficção.
Todos temos algo.
Todos podemos auxiliar.
Todos podemos servir.
E, consoante a palavra do Mestre, “o maior na vida será sempre aquele que se fizer o devotado servidor de todos”. (Mt
(Reformador, julho 1952, p. 158)