Em verdade, quando as aflições se sucedem umas às outras, simultaneamente, em nossa vida, sentimo-nos à feição do viajor perdido na selva, intimado pelas circunstâncias a construir o próprio caminho.
Quando atinjas um momento, assim obscuro, em que as crises aparecem gerando crises, não atribuas a outrem a culpa da situação embaraçosa em que te vejas e nem admitas que o desânimo se te aposse das energias. Analisa o valor do tempo e não canalizes a força potencial dos minutos para os domínios da queixa ou da frustração. Ora, levanta-te dos obstáculos em pensamento e age em favor da própria libertação, na certeza de que, por trás da dificuldade, a lei do bem está operando…
Certifica-te, sobretudo, de que Deus, Nosso Pai, é o autor e o sustentador do Sumo Bem. Nenhum mal lhe poderia alterar o governo supremo, baseado em amor infinito e bondade eterna. À vista de semelhante convicção, o que te parece doença é processo e recuperação da saúde. Pequenos dissabores que categorizas por ofensas, serão convites a reexame dos empeços que te crivam a estrada ou apelos à oração por aqueles companheiros de Humanidade que levianamente se transformam em perseguidores das boas obras que ainda não conseguem compreender. Contratempos que interpretas como sendo ingratidão de pessoais queridas, quase sempre apenas significam modificações dos Desígnios Superiores, em benefício dos entes que amamos e que prosseguem credores de nosso entendimento e carinho. Discórdia é problema que te pede ação pacificadora. Desarmonias domésticas mais não são que exigência de mais serviço aos familiares para que te concilies em definitivo com adversários do pretérito, suprimindo possibilidades de retorno a causas de sofrimento e desequilíbrio que já te induziram a quedas e obsessões em existências passadas, e até mesmo a presença da morte não se define senão por mais renovação e mais vida.
Sempre que aflições te visitem na forma de enfermidade ou tristeza, humilhação ou penúria, perseguição ou tentação, prejuízo ou desastre, não te rendas às sugestões de rebeldia ou desalento. Trabalha e espera, entre o prazer de servir e a felicidade de confiar, recordando que, se procuras pelo socorro de Deus, o socorro de Deus também te procura. E se a tranquilidade parece tardar, porque privações e provações se multipliquem, persevera com o trabalho e com a esperança, lembrando-te de que a lei do bem opera sempre e de que o amparo de Deus está oculto ou vem vindo.
Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas, foi publicada originalmente em 1969 pela EPC e é a 9ª lição do livro “”