Não esperes o dia de amanhã para inventariar as causas da aflição que a existência te reserva.
Estamos em plena eternidade e a vida, com a justiça por fundamento, diariamente reprova nossos erros ou nos premia as boas ações.
Examina a paisagem de tua luta habitual e não percas a oportunidade do reajuste.
Se ofendeste o companheiro que te partilha as experiências, retifica, ainda hoje, o teu gesto infeliz.
Se deste ouvidos à suspeita delituosa, confia-te à meditação e não te enveredes no cipoal da desconfiança indébita.
Se puseste os teus olhos sobre o mal, auxilia a tua própria retentiva a esquecer as imagens perturbadoras que não deverias procurar nem reter.
Se falaste sem propósito, ferindo ou prejudicando alguém, retrocede e regenera as chagas que o teu verbo impensado terá imposto aos que te consagraram atenção.
Se a ociosidade tem sido a tua companheira, abandona-a ao círculo de sombras em que se compraz e busca o serviço sem delongas, para que a vida não te considere peça inútil em suas divinas engrenagens.
Estabelece causas nobres de alegria e bom ânimo, paz e otimismo, aprendendo, amando e servindo, porque o sofrimento nos surpreende na estrada com tanta duração e com tanta intensidade, conforme tenha sido o nosso esquecimento do dever que o Pai nos designou a cumprir.
Ninguém precisa morrer na carne para encontrar a correção ou a recompensa do Além. A Terra é nosso lar sublime, em plena imensidade, e, dentro dela, a vida nos liberta ou nos agrilhoa, nos reconforta ou nos dilacera, de conformidade com a escolha que traçamos para nós mesmos.