Escrínio de Luz

Capítulo XLVIII

Ante a ideia de Deus



Observa a grandeza incomensurável da Criação e não pretendas ultrapassar o futuro no ousado tentame de traduzir o conceito de Deus na estreita palavra humana.

No macrocosmo, galáxias infindáveis arrastam consigo milhões de mundos no turbilhão da vida universal e no microcosmo em que te agitas a simples casa orgânica em que resides permanece constituída por trilhões de células, que, a seu turno se compõem de forças múltiplas do mundo atômico a te desafiarem a imaginação para inventários e cálculos, muitas vezes frios e inúteis.

Não seria justo pedir à gota d’água uma definição do oceano, tanto quanto ao verme é defesa qualquer explicação do sol, embora a gota líquida guarde consigo o sabor do mar e o verme se rejubile ao contato da luz.

Resignemo-nos à humildade da nossa atual condição no campo da vida e, respeitando a ciência, que procura avançar, através de afirmações provisórias, na direção da Eterna Sabedoria, ofereçamos a Deus, no culto incessante de nosso amor, o coração em forma de auxílio incansável aos semelhantes, a única fórmula digna, pela qual nos compete, por enquanto, o dever de buscá-lo e exprimi-lo.

Por agora, não dispomos de outro recurso que não seja o do sentimento para a silenciosa ascensão à inteligência Divina e é, por isso, que, acatando a justiça e servindo aos outros até o sacrifício supremo, Jesus, o nosso Divino Mestre, ensinou-nos a amá-lo e servi-lo, como sendo Nosso Pai.