Não rogues prodígios à memória cerebral, a fim de que penetres o domínio do passado, de modo a conhecer a bagagem das próprias dívidas.
Recordar pormenores das defecções e deserções a que empenhávamos ontem os melhores recursos da vida, seria encarcerar-nos hoje em feridas e sombras, sem capacidade de esperança e de movimento.
Ainda assim, nas linhas do olvido temporário, em que a Misericórdia do Senhor te situa, valorizando-te a oportunidade de recapitular e redimir, pagar e reaprender, podes refletir no pretérito, baseando ilações e raciocínios nas circunstâncias que te rodeiam.
O berço é marco de reinício.
O templo doméstico é oficina salvadora em que retomamos o trabalho interrompido e as lutas que nos cercam falam sem palavras da natureza de nossos erros e compromissos.
A enfermidade no corpo físico referir-se-á a ruinosos excessos que precisamos retificar, e a inibição da inteligência, na dificuldade e no pauperismo, é lembrança do abuso intelectual que nos reclama o serviço da corrigenda.
A aflição na equipe familiar reporta-se aos sacrifícios edificantes que devemos aos desafetos antigos; e os impedimentos no trabalho profissional recordam nossa desídia e relaxamento de outrora, solicitando-nos tolerância e fidelidade na obrigação a cumprir.
A dor prolongada é advertência contra nossas distrações sistemáticas e a incompreensão social, quase sempre, é o caminho em que se nos regenerará por intermédio de lágrimas sucessivas, a consciência culpada.
Na tela das circunstâncias de agora, é possível auscultar as causas de nossas amarguras e expiações, no presente, bastando que o nosso espírito se incline com humildade ao entendimento da Lei.
Recordemos o Evangelho do Cristo quando nos diz que “o amor cobre a multidão de nossas faltas” (1Pe