Tudo na vida é trabalho divino a expressar-se, vitorioso.
E a Natureza, servindo, infatigável, simboliza o trono de Deus a glorificar-se pelo serviço incessante.
Trabalha o sol sem repouso, na sustentação de todas as criaturas.
Desfaz-se a nuvem no amparo à terra seca, através do orvalho vivificante.
O vento ajuda a fecundação da planta.
A planta auxilia sem descansar.
Corre a fonte por espalhar assistência e carinho.
Sofre o animal em holocausto constante para que o homem se reconforte.
Consome-se o verme no amanho do solo amigo.
E por toda parte, o trabalho é a essência da própria vida, descerrando-lhe novos rumos.
Somente o homem quase sempre deseja transformar o serviço em dolorosa penitência, caçando, inconsequente, o comprado repouso físico que apenas amargura e remorso lhe outorgará.
Somente o homem usa a máscara do pessimismo e serve o fel do desalento ou o veneno da rebeldia, inventando mil meios para furtar-se ao esforço que a natureza lhe exige.
Se acordaste, porém para a renovadora luz do Evangelho, farás do dever o cântico do destino.
Compreenderás que a vida mais alta é aquela que se oferece a benefício de todos e aprenderás, sem dificuldade, a auxiliar com alegria, na certeza de que a Lei Divina nos acresce os suprimentos à medida que nos dilatamos nas doações.
Recordemos, o Divino Mestre e, trabalhando sempre, ajudemos sem distinção. Vê-lo em sacrifício na Terra é perceber que no Céu a renúncia é privilégio dos que mais amam e que o serviço a todos é o único processo de penetrarmos um dia na comunhão com Deus.