Entender Conversando

Capítulo XVIII

Guerra, amor e paz



183 — MEDIUNIDADE A LUZ DO ESPIRITISMO


— A mediunidade em si mesmo começou comigo aos 4 janeiros de idade. Mas, havia muita incompreensão a respeito do assunto, de modo que, até os 17 de idade, a minha luta foi realmente muito grande para encontrar uma harmonização comigo mesmo. Mas, desde 1927, eu tenho a felicidade de estar com as minhas modestas faculdades mediúnicas subordinadas aos princípios da Doutrina Espírita. Isso me faz muito feliz.



— Os nossos Amigos Espirituais são unânimes em declarar que a desencarnação, de modo geral, é o processo que nós conhecemos no campo exterior de nossas observações. Mas, do ponto de vista espiritual, a desencarnação varia para cada pessoa, porque cada pessoa transporta consigo para a outra vida a própria vida que levou neste mundo. De modo que todas as nossas figurações mentais, o conjunto de nossas lembranças, alegrias íntimas, ressentimentos, as nossas dores, aspirações, elas formam o conjunto do clima em que a nossa desencarnação se verificará. Falamos isso com naturalidade, porque o problema da morte também está desaparecendo, de modo que nesse terreno estamos certos de que o mundo caminha para grandes realizações, caso uma grande guerra não venha nos perturbar.



— O Espírito de Emmanuel, nosso Guia e Amigo Espiritual, desde muito repete para nós outros. Eu não posso dizer que tenho dito, seria pretensão. Mas, eu me recordo com frequência de que se nós pudéssemos colocar uma legenda à frente de cada agrupamento humano, de cada conjunto residencial, de cada cidade, de cada aldeia, de cada metrópole, de cada grande capital do progresso humano, se nós pudéssemos, se tivéssemos bastante autoridade para isso, escolheríamos aquela frase de Nosso Senhor Jesus Cristo, quando ele nos disse: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei.” (Jo 13:34) Porque não é só o “amai-vos uns aos outros”; nós podemos amar uns aos outros, mas como Jesus nos amou é sem espírito de remuneração, sem espírito de pagamento algum, de retribuição alguma, é com espírito de sacrifício e de renúncia. Porque quem ama não cria problemas e quem ama sabe viver sem pedir coisa alguma à criatura amada. Esse é o amor que Jesus nos legou.



— A vida pertence a nós todos, o mesmo Sol nos cobre, nos vitaliza as energias; as mesmas fontes nos dessedentam; e, portanto, não há motivo para que vivamos na Terra com essa paixão possessiva, com esse espírito de hegemonia que caracteriza tantos povos. Isso é uma calamidade, mas, naturalmente, se acalentarmos essas tendências de natureza inferior, a soma de tudo isso tem um nome só; é o nome de guerra, que, infelizmente, parece se aproximar, mas que devemos fazer tudo para evitar, Porque a guerra é um dos maiores pesadelos do Mundo, um dos maiores perigos da história humana. Façamos força, cada um de nós, para que a paz esteja conosco e que desistamos todos de viver à procura daquilo que pertence aos outros, porque cada um de nós pode estar contente na situação em que se encontra. Quando estivermos satisfeitos com aquilo que temos, tudo indica que a guerra deixará de existir, porque começará dos grandes povos, e esta atitude virá também descendo ao encontro daqueles povos que estão caminhando para uma evolução maior.



— Eu não sei o dia da minha desencarnação. Embora não tema esse assunto, mas como, felizmente, a minha vida, a nossa vida, é repleta de muito trabalho, os Espíritos me poupam esta preocupação com o dia da morte, porque se Jesus permitir eu desejo trabalhar até o dia da partida. Então, eles me ocultam por uma questão de harmonia em trabalho. Vamos fazer força para demorar no corpo, porque quanto mais tempo desfrutamos para trabalharmos juntos, uns com os outros, neste Mundo, melhor para nós, porque partiremos com mais experiência.