P - Por que o senhor não quis mais voltar para Pedro Leopoldo?
R - O problema não foi propriamente da vontade. Nos meus últimos dois anos em Pedro Leopoldo, fui acometido por uma labirintite muito violenta. Aliás, estive algum tempo sob o tratamento do distinto médico Dr. Costa Chiabi, otorrino em Belo Horizonte. Tratou-me com muita bondade, a ponto de não me cobrar coisa alguma. Aproveito esta oportunidade até para agradecer a ele, afinal nunca é tarde para sermos gratos, não é verdade? Mas eu precisava de um clima mais temperado, um pouco mais quente que o de Pedro Leopoldo. Então, Uberaba era a minha oportunidade porque temos aqui o Parque Fernando Costa, que era subordinado à Inspetoria Regional de Fomento de Produção Animal em Pedro Leopoldo, de cujo quadro de funcionários participei durante o tempo regimental para a aposentadoria, 35 anos. De modo que vim para Uberaba e aqui completei o meu tempo de serviço, me adaptei à cidade e senti-me numa Pedro Leopoldo de maiores dimensões, mas com o mesmo coração de Pedro Leopoldo. Uberaba é uma cidade maravilhosa pela harmonia que reina entre os grupos religiosos e sociais. De modo que adquiri muitas amizades e fiquei sempre com o pensamento balançando entre as duas mãos: uma, que me deu o berço e a outra, que me deu o coração numa hora difícil porque a doença é sempre um obstáculo que temos que resolver. Aqui, felizmente, sarei.