P – Do ponto de vista da Religião Espírita, qual deve ser a conduta dos pais, em relação aos filhos-problemas e das filhos em relação aos pais-problemas?
R – Os Espíritos Amigos dizem, comumente, a nós outros, que precisamos de uma reformulação na Terra, dos nossos assuntos de ordem familiar. Não devemos constranger nossos filhos a sofrerem processos de violência, de nossa parte, tanto quanto os nossos filhos não devem criar semelhantes problemas para nós outros, quando assumimos os compromissos de pais na Terra.
O impositivo de proteção à infância, no período mais tenro da reencarnação, é assunto de importância fundamental para a educação do espírito que se reencarna na Terra; Não podemos desprezar a infância, em tempo algum, porque a infância levará para a frente o retrato de nossa própria conduta para com ela. E se abandonamos a criança exigindo, de futuro, que em plena mocidade, obedeça à força, o assunto se faz muito difícil.
Necessário que os pais conversem mais cordial-mente com os seus filhos no clima da harmonia doméstica, dentro da própria casa e nunca adiar essas conversações para tempos de desastre sentimental. Frequentemente, os pais não se sentam com os filhos para um entendimento afável, para uma conversação mais doce, para que o intercâmbio da amizade se processe, para que o amor realize a sua Obra Divina nos corações, e bastas vezes, assumem atitudes atormentadas, quando os filhos ou as filhas mais jovens adquirem dificuldades ou problemas íntimos para a solução dos quais eles, os pais, não os preparam. Precisamos agora, mormente na atualidade quando se opera vasta revisão de valores domésticos, familiares e sociais, da prática de um amor sem limites, de uma tolerância imensa, – de nós todos, de uns para com os outros, – para que atinjamos um acordo geral de rearmonização e, então, iniciar uma era nova, em que a criança receba realmente aquele amparo de que necessite e a que tem direito, para que nunca venhamos a condenar indebitamente, os mais jovens.