Soubéssemos praticar o espírito de aceitação que nos sugerem os ensinamentos do Cristo e decerto que a nossa vida se desdobraria em degraus de paz e luz, ante os nossos anseios de elevação.
Não é a doença, no mundo, que nos fere tanto.
É o desgosto de não usufruirmos a saúde que vemos nos outros.
Não é o parente infeliz que mais nos incomoda.
Preocupamo-nos muito mais com a impressão deprimente que esse mesmo familiar suscita naqueles que nos desfrutam a amizade e a convivência.
Não nos afligimos tanto com a moradia rústica que ocupamos.
Sofremos muito mais, em reconhecendo que não dispomos da residência super-confortável desse ou daquele companheiro.
Não nos amarguramos tanto com o defeito orgânico que nos assinala.
Lastimamos mais intensamente o fato de não possuirmos o corpo harmonioso da maioria de nossos amigos.
Em verdade, a paciência nos edifica, no entanto, o lado avesso da paciência é que nos aniquila ou perturba o modo de ser. E esse outro lado da abençoada virtude tem o nome de intolerância.