Assim Dizia o Mestre - capa

Assim Dizia o Mestre

CAPÍTULO 2
Ilustração tribal

# PRELÚDIO



A grande aceitação dos dois primeiros volumes desta série sobre a "Sabedoria do Evangelho" – 1 – Filosofia Cósmica do Evangelho; 2 – O Sermão da Montanha – evidenciou a necessidade de encararmos a mensagem do Nazareno sob o ponto de vista puramente espiritual, independente de qualquer teologia eclesiástica. A Era do Aquário em que acabamos de entrar exige uma visão universalista do Evangelho, cujo caráter é essencialmente cósmico.

Dentro em breve, se Deus quiser, seguirá o quarto e último volume da série, sob o título O Triunfo da Vida sobre a Morte, abrangendo as palavras proferidas pelo divino Mestre na última semana da sua vida mortal e no período após a sua ressurreição.

A grande dificuldade de compreendermos o espírito da Sabedoria do Evangelho está na falta de vivência do seu conteúdo. Ninguém sabe e compreende, de fato, senão aquilo que vive intimamente, ou melhor, aquilo que ele é nas últimas profundezas do seu ser. Saber é ser. Só quando o homem se despoja de vez do "homem velho", que anda ao sabor das suas concupiscências, e se reveste do "homem novo, feito em verdade, justiça e santidade", é que ele compreende realmente a alma do Evangelho. E, porque poucos praticam esse misterioso "egocídio", são muitos os chamados e poucos os escolhidos.

Para que o homem cruze a invisível fronteira que medeia entre a simples análise mental e teológica do Evangelho e sua intuição espiritual e cósmica, é necessário que ele crie dentro de si um clima ético favorável, porque a vivência ética é o preliminar indispensável para a experiência mística, sem a qual o Evangelho continua um "tesouro oculto".

Essa experiência íntima abrirá ao homem purificado as portas secretas para novos mundos, nunca dantes sabidos nem saboreados.

A "via purgativa" precede necessariamente a "via iluminativa", e esta é precursora da "via unitiva". Ninguém sabe o que é Deus e o Cristo sem esse tríplice processo ascensional da purificação, iluminação e união. "Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais entrou em coração humano o que Deus preparou àqueles que o amam".