Nosso Mestre
CAPÍTULO 133
"Ide também vós trabalhar na vinha do Senhor"
Somos todos operários de Deus. Quem trabalhar na vinha do Senhor será recompensado. O grau de recompensa celeste depende não só do tempo do trabalho, mas também da medida da graça que Deus conceder a cada um, e da nossa cooperação com essa graça. Deus dá a todos os homens graça suficiente para se poderem salvar, e dá a alguns graças extraordinárias. Aqueles são os "chamados", estes os "escolhidos".
O reino dos céus é semelhante a um pai de família que, mui de madrugada, saiu a contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com os trabalhadores o salário de um denário por dia, e os mandou para a sua vinha.
Pelas nove horas saiu outra vez, e viu outros na praça, ociosos. Disse-lhes: Ide também vós para a minha vinha, e dar-vos-ei o que for justo.
Foram-se.
Por volta das doze horas e das três da tarde tornou a sair, e procedeu da mesma forma.
E, quando, pelas cinco horas da tarde, saiu mais uma vez, encontrou outros que lá estavam; e disse-lhes: Por que estais aqui o dia todo sem fazer nada? Ao que lhe 62 responderam: É que ninguém nos contratou. Ordenou-lhes ele: Ide vós também para a minha vinha.
Ao anoitecer, disse o dono da vinha a seu feitor: Vai chamar os trabalhadores e paga-lhes o salário, a começar pelos últimos até aos primeiros. Apresentaram-se, pois, os que tinham entrado pelas cinco horas, e recebeu cada qual um denário. Chegando, porém, os que tinham sido os primeiros, calculavam que iam receber mais; mas também esses não receberam senão um denário cada um. E, ao recebê-lo, murmuravam contra o pai de família, dizendo: Esses últimos trabalharam apenas uma hora, e os igualaste a nós, que suportamos o peso e o calor do dia.
Meu amigo - respondeu ele a um da turma - não te faço injustiça. Pois não ajustaste comigo um denário? Toma, pois, o que é teu e vai-te. Mas quero dar também a este último tanto quanto a ti. Ou não me será lícito fazer dos meus bens o que quero? O teu olhar é mau porque eu sou bom?
Assim é que os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos; porque muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos (Mt. 20, 1-16).