Nosso Mestre

CAPÍTULO 168

"Pai, aparta de mim este cálice..."



Era noite. Entrou Jesus com três dos seus apóstolos no Horto das Oliveiras e começou a sentir indizíveis angústias. Coberto de suor de sangue, pediu ao Pai celeste que o preservasse desse terrível sofrimento, se assim fosse da sua vontade. A alma de Jesus estava sempre disposta a sofrer, mas o seu corpo sentia todo o horror que cada homem sente em face da morte - e morte tão cruel.
Saiu Jesus, como de costume, para o monte das Oliveiras. Acompanharam-no os seus discípulos. Chegado aí, disse-lhes: "Orai para não cairdes em tentação". Arrancou-se deles, cerca de um tiro de pedra, pôs-se de joelhos e orou: "Pai, se for da tua vontade, aparta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha, mas, sim, a tua vontade! Nisto apareceu-lhe um anjo do céu e confortou-o.
Então entrou em agonia. E orou ainda com maior instância. Tornou-se-lhe o suor como gotas de sangue que corriam por terra. Levantou-se da oração a foi ter com os seus discípulos; mas achou-os adormecidos de tristeza. Como? - disse-lhes - estais dormindo? Levantai-vos e orai, para não cairdes em tentação" (Lc. 22, 39-46).