Nosso Mestre

CAPÍTULO 169

Na hora do perigo Jesus é abandonado de todos os seus discípulos Judas, o apóstolo infiel, dá no Mestre o beijo da traição. Permitiu Jesus que os inimigos o prendessem, porque era chegada a hora em que ele queria morrer pela redenção do gênero humano. Soz



Ainda estava Jesus falando, quando chegou um tropel de gente. À frente ia Judas, um dos doze. Aproximou-se de Jesus e beijou-o. Disse-lhe Jesus: "Judas, com um beijo atraiçoas o Filho do homem?" (Lc. 22, 47-49).
Jesus, sabendo tudo o que estava para suceder-lhe, adiantou-se e perguntou-lhes:
"A quem procurais?"
"A Jesus de Nazaré" - responderam-lhe.
Disse-lhes Jesus: "Sou eu".
Tanto que lhes disse: "Sou eu", recuaram e caíram por terra.
Tornou a perguntar-lhes: "A quem procurais?"
"A Jesus de Nazaré" - responderam.
"Já vos disse - replicou Jesus - que sou eu. Se, pois, me procurais a mim, deixai ir a esses". Devia assim cumprir-se a palavra que proferira: "Não perdi nenhum dos que me deste" (Jo. 18, 4-9).
Quando os seus companheiros viram o que ia suceder, exclamaram: "Senhor, batemo-los à espada?" E um deles vibrou um golpe contra um servo do príncipe dos sacerdotes e cortou-lhe a orelha direita.
"Deixa! Basta" - disse Jesus, e, tocando a orelha, sarou-a. Em seguida, disse aos príncipes dos sacerdotes, autoridades do templo e anciãos que avançavam sobre ele:
"Saístes como se fora a um ladrão, com espadas e varapaus. Dia a dia estava eu convosco, no templo, e não me deitastes as mãos. Esta, porém, é a vossa hora e o poder das trevas" (Lc. 22, 47-58).