Nosso Mestre

CAPÍTULO 176

Jesus é acusado de crime religioso



Tornou Pilatos a apresentar em público a Jesus, flagelado, coroado de espinhos e completamente desfigurado, na esperança de que o povo se satisfizesse com esse horroroso castigo. Eles, porém, instigados pelos seus chefes, acusaram Jesus de blasfemo por se dizer Filho de Deus. Pilatos, ouvindo tal coisa, encheu-se de terror e procurou por todos os meios libertar Jesus da morte.
Mandou Pilatos levar Jesus e açoitá-lo. Teceram os soldados uma coroa de espinhos e puseram-lha sobre a cabeça, e vestiram-lhe um manto escarlate. Chegavam-se a ele, dizendo: "Salve, rei dos judeus!" E davam-lhe bofetadas.
Tornou Pilatos a sair e disse-lhes: "Eis que vo-lo apresento, para que saibais que não encontro nele crime".
Saiu, pois, Jesus trazendo a coroa de espinhos e o manto escarlate. Disse-lhes Pilatos: "Eis o homem".
Mas, quando os servos o viram, clamaram: - "Crucifica-o! Crucifica-o!"
Retrucou-lhes Pilatos: "Tomai-o vós e crucificai-o. Eu não encontro nele crime".
Bradaram os judeus: "Nós temos uma lei e segundo a lei deve morrer, porque se fez filho de Deus".
Instrumento de flagelação iguais àqueles com que Jesus foi açoitado (capítulo
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Ouvindo Pilatos esta palavra, temeu ainda mais. Tornou a entrar no pretório e perguntou a Jesus: "Donde és tu?" Jesus, porém, não lhe deu resposta. Disse-lhe Pilatos:
"Não me respondes? Não sabes que tenho poder de crucificar-te, e poder de pôr-te em liberdade?"
Respondeu-lhe Jesus: "Não terias poder algum sobre mim, se não te fora dado do alto. Por isso, quem me entregou às tuas mãos tem maior pecado" (Jo. 19, 1-11).