Nosso Mestre
CAPÍTULO 71
Jesus cura uma mulher desenganada dos médicos e ressuscita da morte uma menina
Um homem rico e poderoso pediu a Jesus que lhe curasse uma filhinha que estava a morrer. Enquanto Jesus ia à casa do homem, veio uma mulher atacada dum mal que nenhum médico podia curar; tocou na ponta do manto de Jesus e ficou logo curada. Depois entrou Jesus em casa da menina, que acabava de morrer, e deu ordem para se levantar - e ela logo se levantou viva e de perfeita saúde.
À volta foi Jesus recebido com alvoroço pelas massas populares; porque todos estavam à sua espera. Veio então um homem de nome Jairo, chefe da sinagoga; prostrou-se aos pés de Jesus, suplicando-lhe viesse à sua casa; porque sua filha única, de uns doze anos, estava a morrer.
De caminho para lá apertavam-no as multidões. Achava-se aí uma mulher que, havia doze anos, sofria dum fluxo de sangue; gastara com os médicos toda a sua fortuna, sem encontrar quem a pudesse curar. Chegou-se ela a Jesus por detrás e tocou-lhe numa das borlas do manto - e no mesmo instante cessou o fluxo de sangue.
Jesus, porém, insistiu: "Alguém me tocou; senti que saiu de mim uma força".
Vendo a mulher que não passara despercebida, veio, toda trêmula, prostrou-se-lhe aos pés e declarou perante todo o povo por que o tocara e como imediatamente ficara curada. Disse-lhe Jesus: "Minha filha, a tua fé te curou; vai-te em paz".
Ainda não acabara de falar, quando veio alguém da casa do chefe da sinagoga com o recado: "Tua filha acaba de morrer; não incomodes mais o Mestre". Ouvindo Jesus estas palavras, disse-lhe: "Não temas; é só teres fé, e ela será salva".
Chegando à casa, não permitiu que alguém entrasse com ele, afora Pedro, Tiago e João, como também o pai e a mãe da menina. Todos choravam e lamentavam. Jesus, porém, disse: "Não choreis! A menina não está morta, dorme apenas". Riram-se dele, porque sabiam que ela estava morta. Então Jesus a tomou pela mão e bradou: "Menina, levanta-te!" Nisto voltou-lhe o espírito, e ela se levantou imediatamente. Mandou que lhe dessem de comer. Os pais estavam fora de si de assombro. Jesus, porém, ordenou que a ninguém falassem do ocorrido (Lc. 8, 40-56).