Caridade que anuncia os próprios méritos é serviço ameaçado pela vaidade.
Caridade que auxilia para furtar-se às obrigações do trabalho é inclinação à preguiça.
Caridade que se expressa para dominar o pensamento e a conduta dos outros é tirania de espírito.
Caridade que ampara com o objetivo de mostrar-se superior é fruto isolado em espinheiros do orgulho.
Caridade que pede remuneração é fonte poluída pelo fel da exigência.
Caridade que dá para receber é bondade com propósitos subalternos.
Caridade limitada aos familiares e amigos é tisnada de paixão.
Caridade que socorre e não perdoa é uma porta de ouro para a introdução à crueldade.
Caridade com repetidas lamentações é caminho para o desânimo.
Caridade que beneficia desesperando é inquietação e impaciência.
A caridade legítima jamais aparece concorrendo aos tributos da gratidão, nunca reclama, não se ensoberbece, não persegue, não se lastima, não odeia e nunca desencoraja a ninguém.
Se desejamos caminhar em companhia da divina virtude, cultivemo-la, em silêncio, no coração, à maneira do Herói do Amor Infinito que, para revelar-nos a caridade pura, entregou-se, confiante, à Vontade de Deus, pela morte na cruz.