Reunião pública de 3-3-1961.
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É possível estejas descobrindo o que não esperavas.
Construções, que supunhas de ouro, acabaram em resíduos de pedra.
Promessas, acalentadas por muitos anos, parecem-te agora rematadas mentiras.
Afetos, julgados invulneráveis, abandonaram-te o passo, quando mais necessitavas de apoio.
Surpreendeste a incompreensão nos companheiros mais nobres e colheste amargos problemas nos próprios filhos que viste crescer, ao calor de teu corpo.
Ruíram aspirações, lembrando preciosos vasos quebrados.
Sonhos desfizeram-se, de improviso, como se ventania arrasadora te devastasse a existência.
Apesar de tudo, porém, renova-te, a cada instante, e caminha incessantemente, arrimando-te à fé viva.
Na Terra ou além da Terra, a soma das lutas que carregamos reúne as parcelas dos compromissos assumidos, junto à bolsa do tempo.
Aflição de hoje, dívida de ontem.
Merecimento de agora, crédito amanhã.
Banha as mais íntimas energias nas torrentes do amor puro que compreende e edifica sempre; veste o arnês do trabalho que aprimora e sublima, e sigamos à frente, honrando a nossa condição de almas eternas.
Nada tendo e tudo possuindo…
Sozinhos e com todos.
Chorando jubilosos e suando contentes…
Atormentados e tranquilos…
Desfalecentes e refeitos…
Dilacerados e felizes…
Batidos e levantados…
Morrendo cada dia para reviver no dia seguinte, em plano superior…
E, atingindo os marcos do túmulo, de partida para a Luz Espiritual…
Se viveste amando e perdoando, purificando e servindo, encontrarás em ti mesmo a flama da alegria, ressurgindo do sofrimento, como a glória solar renascendo das trevas.