Reunião pública de 22-9-1961.
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Em matéria de prêmio e castigo, a se definirem por céu e inferno, suponhamo-nos à frente de um pai amoroso, mas justo, dividindo a sua propriedade entre os filhos, aos quais se associa, abnegado, para que todos eles se prestigiem e cresçam, de maneira a lhe desfrutarem os bens totais.
O genitor, compassivo e reto, concede aos filhos, em regime de gratuidade, todos os recursos da fazenda Divina:
a vestimenta do corpo;
a energia vital;
a terra fecunda;
o ar nutriente;
a defesa do monte;
o refúgio do vale;
as águas circulantes;
as fontes suspensas;
a submissão dos vários reinos da natureza;
a organização da família;
os fundamentos do lar;
a proteção das leis;
os tesouros da escola;
a luz do raciocínio;
as riquezas do sentimento;
os prodígios da afeição;
os valores da experiência;
a possibilidade de servir…
Os filhos recebem tudo isso, mecanicamente, sem que se lhes reclame esforço algum, e o pai apenas lhes pede para que se aprimorem, pelo dever nobremente cumprido, e se consagrem ao bem de todos, através do trabalho que lhes valorizará o tempo e a vida.
Nessa imagem, simples embora, encontramos alguma notícia da magnanimidade do Criador para nós outros, as criaturas.
Fácil, assim, perceber que, com tantos favores, concessões e doações, facilidades e vantagens, entremeados de bênçãos, suprimentos, auxílios, empréstimos e moratórias, o Céu começará, sempre em nós mesmos e o inferno tem o tamanho da rebeldia de cada um.