Como podes precisar o momento que te assinalou a entrada no mundo, não podes ignorar que uma hora surgirá em que deves sair dele.
Não olvides que o minuto de volta será minuto de ajustamento na Contabilidade da Vida.
Lembra-te de quantos conhecem a amargura dos que desertam do caminho que a vida lhes traça, quando fogem das próprias obrigações, a fim de que te não falte bom ânimo à necessária preparação ante o inelutável regresso.
O operário que lesa a oficina do próprio pão, o homem representativo que cai no suborno e o estudante frustrado, após longo tempo de esperança e lição, ofertam no desespero que os martiriza, singela imagem de quantos se retiram do Plano Físico, desalentados e irredimidos, carregando em si mesmos o fardo do tempo perdido, quando não sorvem, a cada instante, largas taças de fel que a incompreensão de parentes e afeiçoados lhes impõem, à face dos problemas e aflições que deixaram na retaguarda.
Legiões enormes de semelhantes aprendizes vagueiam sem rumo, tolerando os golpes que lhes são desfechados por lares e tribunais em que se congregam familiares e amigos a lhes reclamarem a exação dos compromissos que desprezam, acreditando-se impunes.
Recorda que amanhã ser-te-á naturalmente solicitada a conta justa do hoje e que a morte, em te ocultando a forma física, não te forrará o Espírito ao testemunho inconteste das próprias ações, no qual, de retorno à imortalidade, receberás, em reação compulsória, o fruto da semente que cultivaste, expressando-te a paz ou a insegurança, a alegria ou a dor, o inferno ou o Céu, segundo a tua lavoura de preguiça ou trabalho, luz ou treva, mal ou bem.