Linha Duzentos

Capítulo VII

A busca



Todo desejo é rogativa endereçada às Forças Sublimes que governam a vida; e toda realização, em nosso caminho, é oração atendida por semelhantes poderes.

Toda aquisição, porém, exige pagamento e toda conquista tem o preço que lhe corresponde.

Acharás o que procuras, — disse o Senhor, (Lc 11:9) — mas pagarás igualmente pelo que receberes.

Pede a beleza física e tê-la-ás realmente, todavia, as tentações de natureza inferior multiplicar-te-ão os anseios.

Roga a riqueza material e, de certo, atingir-lhe-ás o patrimônio amoedado na Terra, mas a tua aflição, na defesa da posse, reduzirá o teu círculo de alegria.

Solicita o brilho da fama e, sem dúvida, a popularidade fulgurará em teu nome; entretanto, a tua paz sofrerá golpes rudes.

Insiste na materialização de teus propósitos pessoais, nas linhas obscuras da leviandade ou do egoísmo e, incontestavelmente, receberás a experiência que exiges; contudo, em teus erros encontrarás o elixir amargo, destinado à própria cura.


Aprendamos a procurar a felicidade, não propriamente conosco, mas em companhia do Cristo, nosso Mestre e Senhor.

Logicamente, junto d’Ele, padronizando a nossa busca pelos seus moldes de amor, nem sempre marcharemos entre aplausos e flores, mas conheceremos, de perto, a luta, a renunciação, a dor e o sacrifício, terminando talvez o nosso roteiro pela flagelação e pela cruz; entretanto, nessa estrada pedregosa e sublime, escura e luminosa, tocada de feridas e resplendores, encontraremos a alegria divina da imortalidade, porquanto estaremos buscando em todos os ângulos da jornada a santificante Vontade de Deus.