Lira Imortal

Capítulo XII

Desilusão



Quem sou eu? Quem sou eu? No abismo escuro

Do meu atribulado pensamento

Sinto ainda as áscuas do pavor violento

Em que andei como nau sem palinuro!


E… ouço uma voz: “tu és o verme obscuro

Vitimado no grande desalento,

Que procurou a mágoa e o sofrimento

Sem caridade, o amor sagrado e puro.”


Ó promessas do “Nada” inexistente!…

A Morte abriu-me as portas do Presente

Amargo e interminável pela dor;


Infeliz do meu ser fraco e abatido,

Pois o anseio de nada, paz e olvido,

Foi apenas um sonho enganador!




Os sonetos “” e “” de Cruz e Souza e mais o “Desilusão” de A. de Quental foram dados ao médium em B. Horizonte à rua da Paraíba, 927, de uma assentada, animando conhecido propagandista a que seguisse para Araxá alarmada pelos católicos ultramontanos e onde ia realizar várias conferências espíritas.