7/6/1937. No suave mistério dos espaços, “Santa Maria dos Anjos” ainda existe, Com a mesma luz divina dos seus traços, Glorificando as dores da alma triste, Repartindo a Virtude, a Graça e os Dons Que a palavra divina do Cordeiro Prometeu aos pacíficos e aos bons Do mundo inteiro… Uma nova Porciúncula, dourada Pelos astros de mística alvorada, Aí se rejubila, Sob a paz de Jesus, terna e tranquila, Derramando no Além ignorado Os sonhos de Virtude e Perfeição Daquela mesma Umbria do passado Cheia de encantamento e de oração. À luz dos sóis da etérea natureza, Numa doce e ideal Eucaristia, No seu manto de amor e de alegria, Inda abre os braços para os pecadores… O Esposo da Pobreza, “Irmão Sol, irmãos Anjos, irmãs Flores, Não nos cansemos de glorificar A caridade imensa do Senhor, Sua sabedoria e seu amor, Procurando salvar Os nossos irmãos Homens, mergulhados Entre as noites sombrias dos Pecados!…” E à voz suave e dúlcida do Santo, A Terra escura e triste se povoa De anjos de amor que enxugam todo o pranto E que levam consigo Todo o consolo amigo Da Esperança no Céu, singela e boa… Das paragens etéreas, Da sua ideal igreja, São Francisco de Assis abraça e beija O homem que sofre todas as misérias, Amparando-lhe a alma combalida Nos desertos de lágrimas da Vida E o conduz Ao regaço divino de Jesus!… Santo de Assis, divino “apoverello”, Nas amarguras do meu pesadelo De vaidade do mundo que devasta Todo o bem, vi tua luz singela e casta Beijando as minhas lepras asquerosas… Uma chuva de lírios e de rosas Lavou-me o coração de pecador E guardei, para sempre, o teu amor. Santo de Assis 1rmão da Caridade, Que me curaste as lepras e a cegueira, Depois da morte, à luz da Imensidade, Quero ainda abençoar-te a vida inteira… |